Isaque Bahiense entrega medalha do Mundial a antigo Mestre.

Isaque Bahiense entrega medalha do Mundial a antigo Mestre.

Ser professor é um dom, é uma missão e aqueles que optam por esse caminho se esforçam ao máximo para entregar sua vida em prol de seus alunos. Os verdadeiros MESTRES não medem esforços para conduzir seus discípulos por um caminho que apenas eles podem trilhar, e, condensam toda sua energia e sua vida no trabalho de transformar seus alunos em pessoas muito melhores que eles mesmos.

Os professores precisam lidar diariamente com uma infinidade de personalidades diferentes, objetivos distintos, alunos bem humorados, alunos agressivos, disciplinados, indisciplinados, de sexos diferentes, idades etc, é um processo muito fino de melhoria continua de um grupo  baseado no respeito da individualidade de cada membro do time.

No Jiu Jitsu são inúmeras as vezes em que professores dão tudo de si para seus alunos e por esse ou aquele motivo em determinado momento o aluno escolhe deixar seu mestre e seguir um outro caminho. Esse sempre é um processo muito doloroso para um verdadeiro professor, porém, o MESTRE nunca demostra rancor ou tristeza e precisa compreender que se a escolha do seu até então discípulo foi aquela, ela precisa ser respeitada e sempre que possível apoiada.

O Mundial de Jiu Jitsu 2018 foi um campeonato onde a evolução disciplinar e filosófica do JIU JITSU  foi amplamente observada. Não bastasse a atuação de Marcus Buchecha que deu o titulo absoluto para o então contundido Leandro Lo, o também campeão mundial peso médio Isaque Bahiense também deixou registrado na historia um belo exemplo de reconhecimento ao seu antigo professor.

O jovem atleta da Alliance, que vem embalado por conquistas e grandes vitórias, faturou seu primeiro Mundial na faixa-preta ao derrotar o norueguês Tommy Langaker por 2 a 0 nos pontos, sacramentando o ouro no peso-médio. Em sua chave, o casca-grossa já havia vencido Diego Ramalho, Pedro Henrique, Cláudio Calasans e Jaime Canuto antes da final.

Logo após conquistar seu primeiro título mundial na faixa-preta, Isaque partiu em direção à arquibancada, mais precisamente para encontrar seu antigo mestre, Fábio Andrade, faixa-preta da Nova União e líder do projeto “Família Bangu Jiu-Jitsu”. O hoje lutador da Alliance, então, deu um forte abraço em Fábio e, emocionado, entregou sua medalha ao professor, Bahiense  falou sobre a sua relação com Fábio Andrade e o que “motivou” sua saída do projeto em Bangu na época.

“Eu comecei a treinar com o Fábio Andrade aos 11 anos, em Bangu, no Rio de Janeiro, lá na Nova União. Quando eu fiz 18 anos, recebi a oportunidade de poder me mudar para São Paulo e fazer parte da equipe Alliance. Na época, tomei essa decisão, fui para São Paulo e, infelizmente, a nossa relação mudou depois daquilo. A gente ficou anos sem se falar e, daí, quando peguei a medalha (após conquistar o Mundial no peso-médio), eu entreguei para ele, agradeci por tudo, e foi o vídeo que muitos viram. Foi um momento muito legal”, disse Bahiense, que ainda revelou que tal ação já estava sendo planejada antes mesmo da final.

“Na realidade, antes de eu fazer a final, eu já tinha isso na minha cabeça, de que se eu ganhasse, ia dar a medalha para ele (Fábio). Ele sempre sonhou com esse momento, de ter um aluno campeão mundial na faixa-preta, esse sempre foi o nosso maior sonho, enquanto estávamos juntos. Então, nada mais justo que poder presentear ele com a medalha e foi algo do momento, que eu tinha que ter feito, foi o que meu coração mandou fazer. A gente tomou rumos diferentes… Mesmo com esse tempo que a gente não se fala, eu acompanho todos eles (do projeto), torço muito por eles e vida que segue. Acho que o que fica agora é meu carinho e gratidão por eles, por tudo o que passamos”, concluiu.

FONTE: TATAME

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